BBC:
Rebeldes entram em quartel-general de Khadafi, dizem testemunhas
Atualizado em 23 de agosto, 2011 - 12:39 (Brasília) 15:39 GMT
Forças rebeldes entraram nesta terça-feira no quartel-general do líder líbio, Muamar Khadafi, em Trípoli, após horas de confrontos violentos com forças leais ao regime.
Testemunhas afirmam que centenas de rebeldes invadiram o complexo de prédios em Bab al-Azizia, uma das poucas áreas que aparentemente ainda estavam sob controle do regime.Confrontos na Líbia
Imagens de TV mostraram grossas colunas de fumaça preta subindo de prédios ao redor da cidade, entre eles prédios que integram o QG de Khadafi.
A invasão ocorre apenas momentos depois de a agência de notícias russa Interfax ter divulgado a informação de que Khadafi conversou por telefone com uma autoridade russa nesta terça-feira, dizendo que estava em Trípoli, "bem de saúde" e que não pretendia deixar a Líbia.
O paradeiro de Khadafi, que vem sendo caçado por rebeldes desde sua entrada em Trípoli, no fim de semana, é motivo de inúmeras especulações. Alguns acreditam que o líder líbio estaria em seu quartel-general, mas a informação não foi confirmada.
O repórter da BBC em Trípoli Rupert Wingfield-Hayes disse acreditar que a chave para o fim do conflito seja a captura de Khadafi.
Combates
Na manhã desta terça-feira, comandantes rebeldes disseram que concentrariam todos os seus esforços em um ataque coeso ao quartel-general de Bab al-Azizia.
Imagens da rede de TV Sky News mostravam grupos de rebeldes fortemente armados reunidos a cerca de 50 metros do QG, vestidos com roupas civis. O som de granadas, morteiros e de uma forte barragem de artilharia podiam ser ouvidos ao fundo.
Testemunhas disseram que centenas de rebeldes entraram no quartel-general, e que muitos disparavam para o ar, em sinal de comemoração.
Na manhã de terça-feira, Saif al-Islam, um dos filhos de Khadafi, reapareceu em público, desmentindo relatos de que havia sido preso por rebeldes. Ele falou a jornalistas abrigados no Hotel Rixos, na capital, insistindo em afirmar que o governo de seu pai havia "quebrado a espinha" da ofensiva rebelde, e que as forças leais ao regime estavam vencendo a batalha.
Políticos ocidentais, líderes rebeldes e comandantes militares da Otan minimizaram a afirmação:
"Uma breve aparisão de madrugada não significa que alguém está no controle de um país, de uma capital, ou de qualquer coisa, na verdade", disse a porta-voz da Otan Oana Lungescu.
Um líder rebelde disse que a reaparição de Saif al-Islam, entretanto, não ajudava a campanha das forças de oposição.
"Ele foi capturado e aparentemente escapou, essa é a informação que conseguimos. Para ser honesto, é um constrangimento", disse à BBC Hany Hassan Soufrakis, comentando relatos que, na segunda-feira, davam conta de que Saif al-Islam tinha sido preso.
Também nesta terça-feira, membros do Conselho Nacional de Transição (CNT) na cidade de Benghazi disse que planejava voar para a capital na quarta-feira para começar a trabalhar na formação de um novo governo.
Líderes mundiais vêm exortando Khadafi a deixar o poder. O presidente dos EUA, Barack Obama, disse que elementos do regime de Khadafi continuavam sendo uma ameaça.
O levante contra o regime de 41 anos de Khadafi começou em fevereiro. Rebeldes controlaram o leste do país e bolsões do oeste, antes de avançar na direção da capital. Ataques aéreos da Otan vinham atacando forças leais a Khadafi, cumprindo um mandato da ONU para garantir a segurança de civis.
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