terça-feira, 23 de agosto de 2011

Rebeldes entram em quartel-general de Khadafi, dizem testemunhas

 BBC:

Rebeldes entram em quartel-general de Khadafi, dizem testemunhas

Atualizado em  23 de agosto, 2011 - 12:39 (Brasília) 15:39 GMT

Rebeldes combater forças de Khadafi. AP
Invasão ao QG de Khadafi é prioridade das forças opositoras; paradeiro do líder é desconhecido
Forças rebeldes entraram nesta terça-feira no quartel-general do líder líbio, Muamar Khadafi, em Trípoli, após horas de confrontos violentos com forças leais ao regime.
Testemunhas afirmam que centenas de rebeldes invadiram o complexo de prédios em Bab al-Azizia, uma das poucas áreas que aparentemente ainda estavam sob controle do regime.
Horas antes da invasão, dezenas de picapes lotadas de combatentes rebeldes entraram em Trípoli e partiram para um ataque maciço ao quartel-general.
Imagens de TV mostraram grossas colunas de fumaça preta subindo de prédios ao redor da cidade, entre eles prédios que integram o QG de Khadafi.
A invasão ocorre apenas momentos depois de a agência de notícias russa Interfax ter divulgado a informação de que Khadafi conversou por telefone com uma autoridade russa nesta terça-feira, dizendo que estava em Trípoli, "bem de saúde" e que não pretendia deixar a Líbia.
O paradeiro de Khadafi, que vem sendo caçado por rebeldes desde sua entrada em Trípoli, no fim de semana, é motivo de inúmeras especulações. Alguns acreditam que o líder líbio estaria em seu quartel-general, mas a informação não foi confirmada.
O repórter da BBC em Trípoli Rupert Wingfield-Hayes disse acreditar que a chave para o fim do conflito seja a captura de Khadafi.
Combates
Na manhã desta terça-feira, comandantes rebeldes disseram que concentrariam todos os seus esforços em um ataque coeso ao quartel-general de Bab al-Azizia.
Imagens da rede de TV Sky News mostravam grupos de rebeldes fortemente armados reunidos a cerca de 50 metros do QG, vestidos com roupas civis. O som de granadas, morteiros e de uma forte barragem de artilharia podiam ser ouvidos ao fundo.
Testemunhas disseram que centenas de rebeldes entraram no quartel-general, e que muitos disparavam para o ar, em sinal de comemoração.
Na manhã de terça-feira, Saif al-Islam, um dos filhos de Khadafi, reapareceu em público, desmentindo relatos de que havia sido preso por rebeldes. Ele falou a jornalistas abrigados no Hotel Rixos, na capital, insistindo em afirmar que o governo de seu pai havia "quebrado a espinha" da ofensiva rebelde, e que as forças leais ao regime estavam vencendo a batalha.
Políticos ocidentais, líderes rebeldes e comandantes militares da Otan minimizaram a afirmação:
"Uma breve aparisão de madrugada não significa que alguém está no controle de um país, de uma capital, ou de qualquer coisa, na verdade", disse a porta-voz da Otan Oana Lungescu.
Um líder rebelde disse que a reaparição de Saif al-Islam, entretanto, não ajudava a campanha das forças de oposição.
"Ele foi capturado e aparentemente escapou, essa é a informação que conseguimos. Para ser honesto, é um constrangimento", disse à BBC Hany Hassan Soufrakis, comentando relatos que, na segunda-feira, davam conta de que Saif al-Islam tinha sido preso.
Também nesta terça-feira, membros do Conselho Nacional de Transição (CNT) na cidade de Benghazi disse que planejava voar para a capital na quarta-feira para começar a trabalhar na formação de um novo governo.
AP
Rebeldes em casamata em Trípoli: avanço começou pelo leste
Os rebeldes entraram em Trípoli no fim de semana, e, após um rápido avanço, encontraram forte resistência de forças leais a Khadafi na segunda-feria em algumas áreas da capital.
Líderes mundiais vêm exortando Khadafi a deixar o poder. O presidente dos EUA, Barack Obama, disse que elementos do regime de Khadafi continuavam sendo uma ameaça.
O levante contra o regime de 41 anos de Khadafi começou em fevereiro. Rebeldes controlaram o leste do país e bolsões do oeste, antes de avançar na direção da capital. Ataques aéreos da Otan vinham atacando forças leais a Khadafi, cumprindo um mandato da ONU para garantir a segurança de civis.

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