terça-feira, 12 de julho de 2011


Burzum – Belus – 2010

2010 foi sem dúvida alguma um ano marcante para o Metal em geral e para o Black Metal em particular. Depois de um hiato de 11 anos, eis que uma das bandas mais importantes da cena Black Metal mundial lança um álbum: o Burzum.

O Burzum foi uma das bandas mais emblemáticas e inspiradoras da história do Metal, marcou a cena Black da Noruega e ajudou a dar nova roupagem ao estilo a nível mundial. Seu líder e único membro, Varg Vikernes, tem uma história controversa, que entre outras coisas inclui a queima de igrejas católicas em seu país e o assassinato de outro ícone do estilo, Euronymous, líder do Mayhem. Após a história marcante de Varg, esse álbum foi esperado com ansiedade pelos fãs do mundo todo.

De início é preciso destacar que o bom e velho Black Metal do Burzum está de volta, com Varg usando muitos de seus riffs antigos, e, em algumas músicas, sonoridade muito parecida com os álbuns anteriores.

O disco conta a história de Belus, que é algum tipo de divindade nórdica pagã da luz, sua morte e retorno, e é todo cantado em norueguês, o que cria uma atmosfera mais intrigante e opressiva. Com isso há uma tentativa de se voltar às raízes históricas de seu povo. Outra coisa que se pode notar é a qualidade da gravação, em comparação com as gravações antigas, que eram feitas mais “nas coxas”. O som está mais limpo que antes, sem, no entanto, perder a característica underground. Outra novidade é quase não haver uso de música ambiental, fora as viagens características do estilo.

A primeira música, “Belus' Død”, é Black Metal clássico, com melodia hipnótica, lenta e vocal gutural arrastado, e não chega a mostrar nenhuma novidade, embora seja uma ótima música.

“Glemselens Elv” é longa e repetitiva, com guitarras pesadas. Sem dúvida uma das melhores do disco, pois apesar do tempo, não chega a cansar.

“Kaimadalthas' Nedstigning” já começa rápida e empolga! Há uma ligeira mudança nos vocais. Além do gutural de costume, Varg recita uma parte da letra, quase limpo. A mistura ficou boa e não perdeu em nada a identidade do estilo.

“Sverddans” é muito legal. Ainda com os riffs repetitivos nas composições do gênero, mas bastante rápida e pesada. De fato, lembra bastante Trash Metal, como várias pessoas disseram, o que não desmerece em nada esse som.

“Keliohesten” inicia com guitarras crescentes até virar porrada. A que mais tem cara de Burzum, em minha opinião. Som excelente que dá vontade de sair quebrando tudo!

“Morgenroede” tem lindas guitarras no início e é bastante depressiva, representando muito bem o gênero. Dá pra fechar os olhos e viajar na melancolia do som, embora eu não tenha gostado do final súbito. Talvez a minha preferida do disco. A última música, “Belus' Tilbakekomst (Konklusjon)”, praticamente emenda na anterior, sendo a conclusão da história de Belus, contada por Varg. É tão parecida com “Morgenroede” que não chega a empolgar, apesar de bonita e intensa.

De maneira geral, Belus é um bom disco em seu estilo, apesar de não apresentar grandes novidades. Quando escutei, tive a impressão de que a banda não viu o tempo passar e continuou do ponto onde tinha parado quando Varg foi preso, ainda que ele tenha gravado dois álbuns na prisão usando apenas sintetizadores, que era o permitido. Um bom disco de retorno do Burzum, em minha opinião. Nota 8!

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